Estamos na
fase de Lua cheia, hoje, precisamente à hora em que acordei, lá estava ela no
seu auge! E esta Lua Cheia mesmo em cima do meu Ascendente trouxe ao de cima
algumas reflexões. A Lua é isso mesmo, são as memórias e vivências que vamos
carregando na nossa bagagem. Em Peixes ela traz à tona o sonho e é sobre esse
sonho que eu hoje escrevo…
Não foi há
muito que tivemos um eclipse solar no signo de Leão e sobre o qual até escrevi
aqui. No meu mapa natal, para além de se dar na casa VI (a das rotina e tarefas do
dia-a-dia), até que não “tocou” nada significante em Leão (signo onde estava o
Sol no momento do eclipse) e nem no seu signo oposto, Aquário. No entanto, a
dupla (Sol e Lua) conseguiram tocar a minha Lua através daquilo a que os
astrólogos chamam de sextil, um aspecto tido de bonzinho, amigável. E onde está
a minha Lua natal? Precisamente na casa IV, que significa as raízes, a bagagem
que carrego comigo e literalmente a minha casa. E por quadratura (um aspecto
mais tenso), ao regente do meu ascendente.
E não é
que umas semanas antes de se dar o eclipse, comecei com uma sensação que nem eu
mesma entendia. Era como se sentisse uma vontade inexplicável de me libertar de
algo… De começar de novo. Simplificar é o termo mais correcto até, para este
meu sentir.
A casa ficou
grande demais. Exigente demais. Sufocante para esta minha alma nómada. E eu que
adoro a minha casa, o meu lar. O meu cantinho no mundo, que construí de raiz
com tanto amor e dedicação. Aqui está tanto de mim. Esta casa sou eu e de
repente tornou-se na minha gaiola dourada.
Não
perdeu o encanto, mas tornou-se demais. E dei por mim a ver terrenos, a dar
primazia à vista. Ao espaço envolvente. Poder ver um nascer do sol da janela,
ou o pôr-do-sol sentada à porta da casa. Ter a natureza paredes meias, mas sem
perder de vista a civilização. Poder viver mais lá fora e menos cá dentro.
Dei por
mim a falar ao telefone com o senhor de uma imobiliária e a dizer-lhe que
desejo uma casa pequenina. Ele riu-se e respondeu:
-“ Tem
graça, é que toda a gente quer o contrário, cada vez maior!”
Pois,
então eu estou virada do avesso, só pode!
Quero a
minha casinha pequenina, com muitas janelas e portas abertas para a rua, para ver e
viver o mundo lá fora.
A tensão
que o eclipse causou (e ainda está a causar) no planeta regente do meu ascendente
na casa III (que significa o ambiente à nossa volta, entre outras coisas) está
a empurrar-me literalmente para fora da minha casa e de mim mesma.
Só por
curiosidade… Há 18 anos, em 1999, precisamente quando se deu um eclipse no
signo de Leão, no mês de Agosto andávamos nós a empacotar tudo e a deitar
abaixo a casa que anteriormente ocupava este sítio. A casa velhinha para onde
viemos morar com a nossa filha bebé, há 29 anos, também em Agosto.
Eu sou de signo Touro. Mudança? Isso é com
calma!
E vem um eclipse que eu até desvalorizei, para
mexer com as minhas estruturas internas no sentido de me obrigar à mudança…
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Imagem ilustrativa: Pinterest